Seja por questões monetárias, de saúde, mais qualidade de vida ou para dar o exemplo aos filhos, é crescente o número de portugueses que recorrem à hipnose clínica para parar de fumar. Sem medicação ou substituição, esta terapia apresenta-se como sendo um método natural de resultados extraordinários que suscita cada vez mais curiosidade e adeptos.
A hipnose não é dormir, o paciente está sempre a ouvir, possuindo todo o controlo durante a sessão, estando num estado de grande relaxamento muscular o que permite ao hipnólogo aceder ao seu inconsciente e reprogramá-lo no sentido da libertação de um vício.
Conforme explica Cristina Infante Borges, hipnóloga clínica, “nesta situação a hipnose funciona através da aversão. O hipnólogo recorre aos medos do paciente para converter a imagem, o cheiro e o sabor do cigarro em algo que o paciente não suporta, que o repugne ou cause aversão. O paciente consegue, de forma natural, controlar a ansiedade. É um tratamento sem o recurso a qualquer tipo de adição ou substituição e os pacientes relatam que a maior diferença, relativamente aos tratamentos convencionais, é a completa ausência de ansiedade.”
Em média, em duas sessões, esta terapia regista uma taxa de sucesso de cerca de 60%. A única condição para tratar qualquer patologia através da hipnose é a real vontade de se tratar, no entanto, conforme esclarece Cristina Infante Borges, “por mais estranho que possa parecer, há situações em que não é indicado deixar de fumar de repente sendo que deixar de fumar gradualmente, é o mais indicado para pacientes com cancro no pulmão, fibromialgia ou esclerose múltipla, por exemplo. Nestes casos a hipnose vai resignificar os sintomas da doença e só depois actuar sobre a adição.”